terça-feira, 19 de julho de 2011

PRÓLOGO


Miguel sempre soube o que lhe esperava adiante, tinha crenças diferentes de todas aquelas advindas de sua criação, era homem forte de manias nenhum pouco comuns, havia dedicado toda sua vida a criação de conceitos somente seus, não tentava convencer ninguém deles. As vezes era visto como um profeta, as vezes como um sábio, as vezes até como louco. Mas sempre era percebido onde quer que fosse.
Homem bem sucedido não alcançou o sucesso de forma comum, tinha mil curiosidades e aos quarenta e dois anos de idade se dizia criança, pequeno, em aprendizagem.
Tropeçava, caia, se machucava, mas sempre voltava a estar de pé, era homem solitário e essa era a sua única dor.
Construiu um império somente com a força das palavras, dos sentimentos e do próprio coração, mas não conseguiu se livrar da solidão ao longo dos anos, isso o deixara um pouco preocupado, sentia falta de um colo, de uma família, de uma razão maior.
Eram vinte e duas horas da noite de sábado, Miguel tomava aquele scoth doze anos, sua única companhia para aquela noite fria quando ouviu aquele imenso estrondo.
Cambaleou pela sala até se encostar a parede e aos poucos foi se desfazendo com os olhos rasos. O sangue manchava a parede enquanto ele tentava não se entregar a dor, olhava fixamente para seu assassino com olhos de perdão, olhava serenamente embora a dor tomasse conta do seu corpo e assim, um tanto quanto ofegante proferiu as seguintes palavras: - Eu te perdoo por desferir contra mim a força da morte, te perdoo pelo espirito imundo e por toda essa falta de amor. Te perdoo simplesmente para que tenhas uma alma um pouco menos carregada quando nos encontrarmos novamente. Perdoo.
E assim foi fechando os olhos, se despedindo dessa vida. Quando flashes passaram frente a seus olhos.

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