quinta-feira, 1 de setembro de 2011

SEXTO CAPÍTULO - SOPHIA




Foram horas de viagem conversando com aquela que por tanto tempo o intrigara, foram horas incansáveis, deixando o caminho até mais curto. Ele a olhava como se nada mais importasse, apenas o que dizia Sophia. Era inteligente, falava sobre politica, convivência, comportamento, falava e ele se sentia um pateta, perplexo frente a aquela mulher.
Era intensa, exalava um brilho forte, era ariana. Ah arianas! Arianas sempre tem aquele pulso forte, são firmes, surpreendentes e intensas, tão intensas. São capazes de fazer desordem na vida de qualquer cristão, no fundo acabam trazendo uma paz enorme no fim de tanta confusão, são mulheres daquelas que provocam a desordem na sua vida, afinal de contas são tão impulsivas, mas que trazem em si a capacidade de fazer com que você conheça as nuvens, o céu e todas aquelas coisas sobre as quais fala o amor. Quem descreveu o amor pela primeira vez certamente amou uma ariana.
Virginiano, perfeccionista, um tanto quanto centrado Miguel se lembrou de todos aqueles ditos. Havia lido entre outros assuntos sobre astrologia e todo tipo de mistica, era curioso, sabia um pouco de cada coisa.
Veio a sua cabeça aquilo tudo que dizia a astrologia, arianos e virginianos não se dão bem em aspecto nenhum, mas dentro dele alguma coisa dizia que era bobagem, que perto daquela ariana ele se sentia vivo, sentia sangue pulsar nas veias, se sentia até um pouco ariano também.
-Que absurda essa minha comparação! Virginianos nunca serão arianos, são tão diferentes. Pensou ele. Mas continuou naquele raciocínio.
Sentia vontade de se jogar naquele mar de emoções que ela provocava, não era comum pra ele, mas ela instigava isso nele sem perceber. Ele se sentia capaz de fazer loucuras, coisas que nunca faria por ninguém. Tinha que dar certo.
Chegando a seu destino ele se ofereceu para acompanha-la até em casa, não ia perder a chance de saber onde ela morava. Não perderia a chance de saber como a encontrar novamente antes de voltar para a capital.
Chegando até a porta da casa de Sophia eles se olharam por segundos em silêncio.
-Bem, está entregue. Disse ele um tanto quanto desconsertado.
Ela sorriu, o beijou o rosto, se despediram. Ele deu um ou dois passou e se virou novamente para ela que o observava partir.
-Quando te vejo de novo?
-Quando quiser, nunca tem muito o que fazer por aqui, eu sempre estou em casa!
Sorriram, e ele se foi. Ela o observou por mais alguns minutos e entrou em casa.
Ao chegar em casa lhe esperava Madalena. Quanta saudade de Madalena!
Abraçou aquela linda mulher por minutos, sentia tanta saudade daquela mãe. Ela perguntou sobre os estudos, sobre a capital e falaram durante um longo tempo sobre Sophia e a amizade de seus pais, quando citavam o nome dela sentia seu coração pulsar forte. Era amor, ele certamente sabia.
Certa tarde de domingo resolveu ele chamar Sophia para um passeio pelo parque da cidade, não tinha muito o que fazer naquele lugar mas a companhia dela faria daquele lugar o mais perfeito de todos. Saiu por volta das quatorze horas de casa e foi até a casa dela.
-Sophia!! Chamou ele com a voz um pouco tremula, logo ela foi até a porta e o atendeu.
-Miguel! Disse ela com cara de espanto, exalando um certo riso, aparentando estar feliz em vê-lo novamente.
-Eu pensei que poderíamos sair um pouco, conversar, nos distrair. Disse ele.
-É claro! Vou apenas pegar uma blusa. Respondeu ela prontamente.
Aquele ar gelado de julho deixava aquelas tarde frias um tanto quanto românticas, e propicias a uma volta a dois, eles sabiam que havia algo diferente naquele encontro, sabiam que a força das estrelas levavam um de encontro ao outro e que era inútil tentar fugir.
Falaram sobre os astros e constelações, música e acontecimentos, relembraram a infância e aquelas férias no meio do nada, sorriam como bobos, apaixonados, adolescentes quando um beijo aconteceu, logo após eles se olharam como se não fosse a primeira vez, como se fossem um do outro, como se estivessem sempre ali.
Era notável aquela sintonia de atos, gestos e palavras, eles estavam intimamente ligados e qualquer um poderia notar.



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